Maruschka Detmers e Jacques Bonnaffé em Prénom Carmen / Nome Carmen (1983), de Jean-Luc Godard — o esplendor da mulher ecoa na comoção do homem. E, no entanto, ele não é patético, mas genuinamente trágico: como posso ser digno da tua beleza? O televisor vigia, mas, por uma vez, reduzido ao puzzle silencioso do que ainda não se constituiu como imagem. Conheço esta imagem de cor e, no entanto, cada vez que a olho, dói. Não quero que essa dor pese em ninguém, aprendi que não é possível transferi-la para ninguém. E não terá sido desumano desejar semelhante transferência? Mais prosaicamente, atrevo-me a pensar que os 90 minutos do nosso espectáculo talvez possam conter um ligeiríssimo detalhe da emoção que aqui se fixou, numa eternidade sem nome, sem Deus. Amen.Álbum de família (5)
Maruschka Detmers e Jacques Bonnaffé em Prénom Carmen / Nome Carmen (1983), de Jean-Luc Godard — o esplendor da mulher ecoa na comoção do homem. E, no entanto, ele não é patético, mas genuinamente trágico: como posso ser digno da tua beleza? O televisor vigia, mas, por uma vez, reduzido ao puzzle silencioso do que ainda não se constituiu como imagem. Conheço esta imagem de cor e, no entanto, cada vez que a olho, dói. Não quero que essa dor pese em ninguém, aprendi que não é possível transferi-la para ninguém. E não terá sido desumano desejar semelhante transferência? Mais prosaicamente, atrevo-me a pensar que os 90 minutos do nosso espectáculo talvez possam conter um ligeiríssimo detalhe da emoção que aqui se fixou, numa eternidade sem nome, sem Deus. Amen.