O pressentimento do espaço desenha novos gestos nos gestos dos actores. Daí que o projecto do cenário introduza novos e, por vezes, desconcertantes elementos nos ensaios: uma cadeira no lugar de uma cadeira, um banco no lugar de uma mesa, um qualquer vazio a simular outro vazio. Lentamente (gosta da lentidão...), os actores vão começando a representar em função de uma cenografia que ainda não está lá mas que, por assim dizer, se pressente no movimento dos corpos. Antes mesmo de uma qualquer parede erguida, sabemos que haverá uma espécie de caixa de ressonância — em sentido duplo: transfigurará o som e fará com que as palavras sejam relançadas para os actores, interrogando os próprios modos de dizer e fazer.
Quantas maneiras há de dizer um "sim"? E um "não"? Como é que se diz "vai-te foder"?