Adoro o espaço da sala mais peque-na do Teatro Aberto, a Sala Vermelha. Desde logo pela sua funcionalidade: as cadeiras podem ser deslocadas, permitindo criar zonas específicas — para o palco e para o público —, diferentes de peça para peça. Lembro-me de já ter visto até uma solução de palco longo, como uma espécie de passerelle (em 2003, na encenação de Copenhaga, de Michael Frayn, por João Lourenço), com o público colocado de um lado e do outro. Desta vez, de acordo com as directrizes estabelecidas com o cenógrafo João Mendes Ribeiro, teremos um espaço mais "clássico", com a plateia organizada de um lado e o espaço de representação, em rectângulo, ao longo de toda a largura da sala — digamos que vamos ter uma "distensão" que se adequa, de imediato, ao ambiente particular da varanda, essencial no tipo de casa em que a acção decorre.